RESUMO
Entre 1976 e 1988 foram estudadas, do ponto de vista clínico e laboratorial, 593 pacientes portadores de hirsutismo na Clínica Ginecológica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de Säo Paulo. A idade das pacientes variou de 10 a 58 anos, media etária 26,3 anos. A incidência de hirsutismo foi 16%. O padräo menstrual que predominou foi a espaniomenorréia (368 pacientes ou 62,1%). Os principais sintomas e sinais associados foram: dismenorréia (42,4%), acne (37,2%), obseidade (30,8%), alopécia (29,0%) e galactorréia (12,3%). O valor médio das dosagens sangüíneas de FSH, LH, PRL, estradiol, T3, T4, TSH, e sulfato de hidroepiandrosterona estavam dentro dos parâmetros da normalidade. As dosagens médias de androstenediona e de testosterona encontravam-se elevadas. A média da dosagem de progesterona foi compatível com ciclos anovulatórios ou com insuficiência lútea. Mediante a propedêutica realizada em 365 casos foi possível o diagnóstico fisiopatológico predominando o hiperandrogenismo de causa ovariana (71,5%), o hiperandrogenismo de causa supra-renal funcional (7,9%) e a hiperprolactinemia (7,4%)